Vamos ajudar?

Ajuda para tratar

Michele deixou o emprego há dois anos para cuidar do filho autista; agora, por meio de vaquinha on-line, ela tenta arrecadar a quantia necessária para realização do tratamento de câncer de colo do útero

Carlos Queiroz -

No final do mês de julho, Michele da Cunha, 38, foi diagnosticada com um tumor maligno no colo do útero. O câncer precisa ser tratado o mais breve possível, velocidade que a fila de espera para início da radioterapia e quimioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não pode oferecer. Sem poder esperar, teve que partir para a iniciativa privada e agora busca a solidariedade das pessoas para conseguir arcar com todos os custos, que ficam em torno de R$ 10 mil. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alegou, por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom), que um dos motivos pela demora se deu pela falta de um equipamento no Hospital-Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE/UFPel), o que gerou um tempo de espera maior que o habitual.

Quando encaminhou o pedido para realização do tratamento via SUS, os documentos de encaminhamento de Michele sinalizavam que era uma paciente de urgência. Apesar disso, outras 101 pessoas também aguardavam na lista de espera para consultar com um oncologista. Ela aparece na posição 102 - em dias, a espera girava em torno de 45 a 50. Nesses casos, após a consulta com o oncologista, o paciente ainda entra em outra listagem para que só depois inicie as sessões de quimioterapia e radioterapia. "É uma fila de espera em que todos pacientes são urgentes", explica Cristina Vetromila, diretora da Gestão Ambulatorial e Hospitalar da SMS.

A espera de Michele, no entanto, não se deu somente para iniciar o tratamento. Em maio, ela começou a ter sangramentos e logo passou a fazer exames, na época, o tumor não foi encontrado. Depois de meses com diagnósticos que não cabiam para a real doença, no final do mês de julho ela descobriu que se tratava de um tumor - quando passou a consultar pela rede privada de saúde. Ainda em estágio inicial, o tumor avançou por outros órgãos além do colo do útero. "Não é algo comum pra fase inicial, isso geralmente ocorre em pessoas de mais idade", afirma o oncologista responsável pelo caso, Erivelton Fernandes.

O tumor se instalou nos órgãos ao redor do útero, como a parede óssea. "Se ela tivesse sido diagnosticada um pouco antes, teria condições de realizar a cirurgia", conta o oncologista. A cirurgia que ele se refere é a de retirada do útero e dos ovários, procedimento que Michele deverá passar assim que o tumor diminuir. Com sangramentos constantes, a situação dela é grave, sem o tratamento o tumor logo pode se espalhar para outros locais do corpo.

Sem tempo para aguardar o tratamento gratuito oferecido pelo SUS, orçou as sessões de radioterapia e quimioterapia em clínicas privadas. Cada sessão de quimioterapia custa cerca de R$ 670,00 sendo uma por semana durante cinco semanas, o tratamento ultrapassa os R$ 3,3 mil. Além disso, as 25 sessões de radioterapia somam mais R$ 4 mil no orçamento. Depois de terminados os 25 dias de aplicações, ainda precisará realizar uma tomografia para verificar quanto o tumor diminuiu. "Nem que meu marido trabalhe todo o mês conseguimos arrecadar essa quantia", conta Michele. Há dois anos, quando o filho de quatro anos foi diagnosticado com autismo, ela parou de trabalhar para conseguir cuidar do pequeno.

Ainda sem arrecadar o valor total, Michele optou por já iniciar o tratamento no Centro de Radioterapia e Oncologia Santa Casa de Misericórdia de Pelotas (Ceron). Para que consiga pagar todo o tratamento, ainda faltam cerca de R$ 6 mil. Após o tempo determinado de tratamento, ela realizará uma tomografia para avaliar a necessidade de iniciar uma braquiterapia, em Porto Alegre. O tratamento, oferecido pelo SUS, consiste na colocação de um aparelho que emite a radiação diretamente dentro do útero.

Demanda reprimida
Por meio da Ascom, a SMS informou que são duas as casas de saúde habilitadas a prestar o serviço de oncologia: a Santa Santa Casa de Misericórdia e o Hospital-Escola da UFPel. Por conta da falta de um equipamento no setor de Oncologia no HE, a demanda de pacientes acabou por ficar reprimida, além de um tempo de espera maior que o habitual. A Santa Casa, no entanto, não dá conta de atender as demandas que seriam divididas entre as duas entidades. Procurando compensar, o hospital busca realizar os tratamentos conforme a sua capacidade operacional e financeira permite.

O HE já adquiriu o equipamento necessário, mas ainda é preciso que os funcionários passem por treinamento e um período de adaptação da equipe.

Ajude!
Para realizar doações, em qualquer quantia, e contribuir com o tratamento de Michele, basta realizar depósito bancário por meio da Caixa Econômica Federal. Os contatos com ela podem ser feitos pelo (53) 98455-7093. Confira os dados bancários abaixo: 

Nome da titular: Michele Ribeiro da Cunha
Número da conta: 00311726-4
Número da agência: 0495

Link da vakinha: https://mla.bs/261eb75b

 

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